O história...

Imagine uma força do mal, que aprisionou várias pessoas em universos diferentes. Essas pessoas foram parar lá misteriosamente. Mas existem um seres chamados sacerdotisas brancas. Elas são as únicas que podem atravessar entre os vários mundos. Então os outros seres desse mundo, usam elas para mandar cartas, e descobrir onde está a unica saída dessa prisão cósmica. A "chave do multiverso".

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Carta de Heleno para Arthur

Carta de Heleno para Arthur

Aqui faz frio e chove quase todos os dias, ouço em minha mente gritos de horror e agonia, ainda não sei como vim parar nesse lugar. Vivo todos os dias como se fosse o ultimo, na verdade eu não vivo apenas sobrevivo, sempre me esgueirando nas sombras dos esqueletos de construções que um dia foram prédios e casas.

Dias passam e eu luto com todas as forças para me manter em pé, me manter vivo. Minha visão já se adaptou a essa escuridão. Nunca me esquecerei da minha vida antiga, nunca me esquecerei de minha família, penso neles todos os dias e sempre brotam de meus olhos lágrimas que inundam meu rosto.
Há muito já perdi a noção de tempo, aqui nesse lugar não há como se basear nem pelo sol, pois as espessas camadas de nuvens negras não deixam passar seus raios, a vegetação é tão rara quanto os raios solares, os poucos seres vivos que ainda habitam este tenebroso e sombrio lugar, sofreram mutações genéticas fazendo que os tais possam viver como fantasmas, isso que somos; fantasmas perdidos, por um certo tempo eu fiquei em uma caverna onde ainda haviam vestígios de uma nascente, fora a única vez que consegui água potável, passava ali todos os dias, saindo apenas para caminhar por alguns minutos e talvez tentar uma maneira de voltar para meu mundo eu ainda tinha esperança, quem sabe talvez acordar de um grande pesadelo. Num desses dias que eu decidira sair, tive uma estranha sensação de ser observado, achei que talvez fossem os lobos, se é que podemos chamar aquelas criaturas grotescas de lobos, eles não têm olhos, seus rostos é privados por completo de órbitas, eles são pequenos e magros, mas são extremamente agressivos se alimentavam de ratos e insetos, eles sentem cheiro a quilômetros de distância, eles são desprovidos de olhos como eu disse, mas seus olfatos eram apuradíssimos, não era raro encontrar estas bestas grotescas vagando feitos loucos a procura de qualquer coisa que se move.

Continuei a caminhar sempre me escondendo sob os escombros, então percebi um vulto, percebi que estava sendo perseguido e o pavor se apossou de mim, então corri sem olhar para trás não eram os lobos disso eu sabia então o meu medo se tornou cada ver maior, o medo do desconhecido. Corri tanto que já não sabia onde estava havia perdido todos meus pontos de referencia, fui parar em um local que nunca havia pisado então avistei uma caverna e adentrei não com menos pavor, mas não tinha o que fazer, a escuridão era total o lugar fedia a excremento de morcegos quase não conseguia respirar, pelo menos parecia ter sumido o vulto que me perseguia com tanta eficácia, encontrei uma pedra que lembrava a forma de um crânio humano e nele me encostei para tentar tomar novamente o fôlego que de mim tinha fugido.

Passou assim algum tempo, ouvi ruídos de insetos, resolvi então adentrar mais a fundo aquela imensa caverna que mais parecia uma fortaleza esquecida, havia por todas as partes estátuas de homens e mulheres, também avistei Sátiros, demônios e anjos, o chão estava frio e úmido, minha vista já se adaptara a escuridão então pude averiguar bem o ambiente, duas estatuas gigantes me chamaram atenção eram dois homens um de frente para o outro eles tocavam as pontas dos dedos assim fazendo a forma de um arco, e naquele espaço eu senti uma energia estranha algo que nunca presenciara em vida, como se eu ouvisse vozes de crianças, canto de pássaros e algo semelhante a correntes d’água, aquele som me chamou mais atenção e cada vez que eu me aproximava sentia como aquela energia me puxasse para próximo das estátuas, era uma passagem.

Ao aproximar-me da passagem algo tocou em meu ombro então virei bruscamente, era uma criatura que por alguns estantes parecia humana, ela ficou me observando por um tempo não conseguia ver seu rosto, pois suas vestes tampavam por completo sua face e todo seu corpo, a criatura me explicou que eu não poderia ultrapassar, pois em minha mente não havia capacidade de aguentar toda força que o portal exigia do passante, a criatura me explicou que esse portal nos levava para outros mundos outras realidades, também me explicou que eu poderia me comunicar com outras pessoas dessas realidades através de cartas e era uma maneira mais segura que os portais.

Aquele ser tinha um odor forte de algo que me lembrava hospitais, ela estendeu a mão e entregou-me uma carta e essa carta era a sua ARTHUR.
Arthur sobre a sua pergunta a respeito da vontade de ser livre, minha resposta é sim, é o que eu mais desejo na vida, sinto-me feliz em poder me comunicar com outra pessoa assim já consigo imaginar minha liberdade, minha liberdade da solidão.

Espero que possamos ser amigos e ajudar um ao outro. Conte-me mais sobre suas aventuras em seu mundo.                                                        

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